O Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE/PI) aderiu ao projeto “A Educação não pode esperar” idealizado pelo Instituto Rui Barbosa, por meio do seu Comitê Técnico da Educação (CTE-IRB) e o Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede).
A iniciativa destina-se a minimizar os impactos no ensino provocados pelas ações de enfrentamento à covid-19 através do monitoramento efetivo da utilização dos recursos financeiros voltados à educação, da distribuição de alimentação escolar e do planejamento das redes de ensino para o período de volta às aulas.
A rede de educação básica piauiense possui mais de 850 mil alunos matriculados, de acordo com o Censo Escolar 2018. Em razão do isolamento social recomendado por órgãos internacionais de saúde para evitar a propagação da covid-19, crianças e jovens estão longe das salas de aula, desde março, por um prazo ainda indefinido e sem alimentação escolar.
De acordo com o chefe da Divisão de Fiscalização da Educação do TCE/PI, Gilson Araújo, a rede estadual deu início à transmissão de aulas remotas por meio do programa de mediação tecnológica Canal Educação, além de parceria com rede de TV local. As redes municipais de ensino, por outro lado, têm encontrado dificuldades para se adaptar às aulas remotas, seja em razão da idade dos alunos, seja em razão da dificuldade de acesso à internet pelos professores e pelas famílias dos estudantes.
Para o presidente do CTE-IRB, Cezar Miola, é preciso, portanto, utilizar meios mais democráticos para contemplar crianças e jovens de todos os contextos sociais e econômicos. “Os estudantes brasileiros não podem ficar desamparados nesse período. É preciso um esforço coletivo para que continuem aprendendo e que a interrupção temporária nas aulas presenciais não agrave ainda mais as grandes desigualdades educacionais existentes no país. Por isso, consideramos que, neste cenário sem precedentes, é primordial uma articulação conjunta”, disse.
O Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) atuará como um parceiro técnico para auxiliar não só na construção dos instrumentos de monitoramento dos Tribunais de Contas, como também na sua implementação e no contato com as redes.