• Palestras e exposição de charges marcam nova edição do Sextas Sem Contas

    Foi realizada na manhã de hoje (02) a 17ª edição do Projeto Sextas sem Conta, nas salas 1 e 2 da Escola de Gestão e Controle Conselheiro Alcides Nunes (EGC), vinculada ao Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI). Uma exposição de charges no hall da EGC e as palestras sobre humor, apresentada pelo jornalista e escritor Zózimo Tavares, e sobre o “Processo criativo de charges, cartuns e caricaturas”, apresentada pelo cartunista e jornalista Moisés dos Martírios foram o ponto alto do evento.

    Na primeira parte, Zózimo Tavares – citando Chico Anysio – disse que “o humor serve para muitas coisas, inclusive fazer rir”. Ele afirmou que o humor está presente em todas as situações, citando a literatura, o teatro, o cinema e a televisão e, agora, nas mídias sociais. Em seguida, ele apresentou os diversos livros de humor político e social que já lançou e descreveu as fontes nas quais buscou inspiração, como Barão de Itararé, Stanislaw Ponte Preta e Sebastião Nery, de quem é amigo pessoal.

    Antes, na abertura, o coordenador do projeto, professor Bernardo Sá, disse que o Sextas sem Contas foi idealizado para quebrar a sisudez do TCE, visto pela sociedade como um órgão técnico, e para que os servidores possam ter instantes de relaxamento e de oportunidades de novos conhecimentos.

    Ele citou que o projeto já abordou temas como Torquato Neto e a Tropicália, piauiensidades, uso do celular como fonte de trabalho e hobby, Luiz Gonzaga e sua obra, folia de momo, festas juninas, carnaval, questão indígena, discriminação racial, religiosa e sexual, pesquisas arqueológicas, dentre outros. A próxima edição será em 27 de setembro, com o tema Tratados e Fronteiras: a questão do litígio entre o Piauí o Ceará.

    Encerrando as palestras, Moisés dos Martírios falou sobre a origem da caricatura, na Itália do século XIX. “Ela tem como finalidade principal ressaltar de forma bem humorada as características do retratado. As caricaturas mais fáceis são as de pessoas muito feias ou muito bonitas. O rosto mediano é difícil pois suas características são comuns à maioria”, disse.

    Sobre a charge, que ele afirma ser a ferramenta com a qual mais se identifica, Moisés falou das suas origens na França retratando sempre a dualidade entre as pessoas e acontecimentos, podendo ser na linguagem textual e visual ou apenas visual. Moisés apresentou vários dos seus trabalhos envolvendo quase sempre pessoas públicas do Piauí, retratadas na época em que trabalhava em meios impressos. O chargista começou aos 15 anos, no Jornal de Picos, e por mais de 20 anos trabalhou em um jornal de Teresina. Hoje é dos quadros do TCE, assim como Zózimo Tavares.

    Ao descrever o cartum, Moisés disse que ele é atemporal e pode ser entendido em qualquer parte do mundo, porque geralmente retrata uma situação vivida por todos, como o desmatamento, os costumes. “Ele tem origem britânica e o seu sentido é compor um estudo ou esboço sobre o comportamento humano. Ele se autoexplica, é atemporal, anacrônico e universal”, afirmou.

    O presidente do TCE, conselheiro Kennedy Barros, ao final, agradeceu as presenças e afirmou que Moisés e Zózimo do TCE enriquecem a Corte de Contas porque ajudam a facilitar a comunicação em todos os níveis da sociedade e isso acelera a averiguação das políticas públicas. Dezenas de alunos do Instituto Federal do Piauí (IFPI), o desembargador Arnaldo Boson, os professores doutores Nelson Nery, Raimundo Júnior, Cléber de Deus, o cineasta Luciano Klaus e os cartunistas Aurimar, Jota A e Paulo Moura foram algumas das personalidades que prestigiaram o evento.