O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (2), durante palestra no I Simpósio de Inteligência Institucional do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI), que a população tem uma percepção muito negativa da realidade do Brasil, mas, para ele, o país “vive um momento de refundação” diante das ações de combate à corrupção e aos desvios de recursos.
“Há uma onda de negatividade no país. Mas, apesar dessa percepção muito ruim do país, a verdade é que estamos enfrentando a situação, paramos de varrer a sujeira para debaixo do tapete”, disse ele. Luís Roberto Barroso proferiu a palestra de encerramento do I Simpósio de Inteligência Institucional do TCE-PI, que começou na segunda-feira (26 de fevereiro) e se estendeu por toda a semana, com reuniões, debates e palestras com membros dos Tribunais de Contas de todo o país e representantes de órgãos da Rede de Controle da Gestão Pública.
O ministro do STF veio a Teresina especialmente para o simpósio. Foi recebido pelo presidente do TCE-PI, conselheiro Olavo Rebelo, e outros conselheiros. Membros dos órgãos da Rede de Controle e autoridades do Judiciário acompanharam a palestra, sobre “Sistema Político e Custo das Eleições: As Origens da Corrupção”. Na explanação, o ministro criticou duramente o sistema político, eleitoral e partidário do país, disse que historicamente a classe dominante instituiu um esquema profissional de desvio de recursos envolvendo setor público e privado e que o Direito Penal criou “um pais de ricos delinquentes”, alimentado pela impunidade e pela percepção de desonestidade que resulta na corrupção.
Para ele, porém, há três motivos para acreditar que o país está na direção certa: a estabilidade institucional, a estabilidade da moeda e o processo de inclusão social que se conquistou nos últimos anos. “Assim como saímos da Ditadura, derrotamos a inflação e conseguimos avanços significativos no combate à miséria, também podemos derrotar a corrupção”, afirmou.
Para o ministro, a sociedade já percebeu que a corrupção corrói as riquezas do país e condena o país ao atraso. “É preciso fazer algo contra isso. Todos temos consciência disso”, afirmou, defendo mais investimentos em educação e o fortalecimento de instituições políticas e econômicas mais inclusivas.