Na última sexta-feira (31), o Tribunal de Contas do Estado do Piauí homenageou a história e o legado da Academia Piauiense de Letras no primeiro encontro do “Sextas Sem Conta” em 2020. O evento contou com as palestras Nelson Nery Costa e Fides Angélica Ommati, imortais da APL, sobre a história da instituição, fundada em 1917. A Orquestra “Cantos e Contas”, formada por servidores do Tribunal, fez uma apresentação performática.
A conselheira Lilian Martins, vice-presidente do TCE/PI, deu início ao evento, falando sobre os palestrantes convidados e sobre a Academia. Ela parabenizou a proposta do Sextas Sem Conta, considerando o projeto como muito importante para o Tribunal. “Houve um engradecimento muito grande hoje. Todos os que fazem o Tribunal de Contas cresceram muito com os acadêmicos aqui presentes. A fala da acadêmica Fides Angélica Ommati, sobre a participação da mulher na Academia Piauiense de Letras foi muito informativa e foi importantíssima para que se adquira uma certa consciência sobre as nossas dificuldades enquanto mulheres nos aspectos social, político e econômico”, pontuou Lilian Martins.
Logo em seguida, Nelson Nery Costa apresentou a função e a trajetória da Academia, assim como a sua importância para a literatura piauiense. Para o escritor, o projeto Sextas Sem Conta é uma “ideia positiva, onde uma instituição muito sisuda em sua função constitucional de controlar o gasto público pode mostrar sua faceta humana, que não corresponde somente aos servidores que compõem a Corte, mas também todas pessoas que possuem um potencial criativo e artístico muito grande, como podemos observar com a orquestra formada pelos próprios servidores. Acho que a atividade também instiga as pessoas que guardam seus escritos a mostrarem para humanidade”, ponderou Nelson Nery Costa.
A escritora Fides Angélica Ommati aproveitou o espaço para discutir sobre a participação feminina na Academia Piauiense de Letras, que contou com 11 escritoras em sua história. Ela falou sobre o avanço das mulheres ao longo do século XX e sobre as dificuldades enfrentadas.
“A questão da mulher não é restrita apenas a elas, mas sim à toda sociedade. A maior parte da população brasileira é feminina, logo, tudo o que afeta a mulher, afeta diretamente a sociedade do nosso país. No mundo e no Brasil a mulher tem avançado do século XX para cá. Antigamente a mulher nem cidadã era, não votava e nem participava da vida política. E sem essa participação da vida política, nada mais virá em proveito da mulher”, explicou Fides Angélica Ommati.
O evento também homenageou e expôs trabalhos publicados integrantes do TCE/PI, como do conselheiro Luciano Nunes, da Procuradora do Ministério Público de Contas Raïssa Rezende e dos servidores Sérgio Idelano Matos e Paulo Machado.
Bernardo Pereira de Sá Filho, coordenador do Sexta Sem Contas, destacou que o projeto objetiva valorizar a cultura popular em combinação com a cultura erudita e com temas políticos e sociais, envolvendo a criatividade dos servidores. “É importante falar da mulher enquanto escritora, bem como as barreiras e dificuldades que tiveram superar para conquistarem seus espaços na literatura”, destacou.
O espaço também contou com uma exposição fotográfica com imagens feitas pelos próprios servidores, no hall do Plenário.
O projeto multidisciplinar ‘Sextas Sem Conta” é organizado pela Escola de Gestão e Controle Conselheiro Alcides Nunes e tem como proposta realizar apresentações e debates interdisciplinares envolvendo as áreas de cultura, educação, ciências e política.
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